Vidraça que Chora.
J. Norinaldo.
Chove lá fora e eu olho a
vidraça, que aos poucos embaça o meu
mundo apagado, de repente um relâmpago clareia a
parede, onde o retrato da dor está pendurado. Na moldura empoeirada aquele
retrato, com o vestido negro que eu tanto gostava, que o tempo desbota mas não
leva a lembrança, do olhar de criança
que eu tanto amava. Continua chovendo e eu olhando a vidraça, a angústia não
passa e o sono não vem, na janela os pingos correm como lágrimas, será que a chuva
chora por mim também? Pelo meu mundo de nada é que a chuva chora, enquanto aqui
me escondo tu estás La fora, nos braços de outro dançando na chuva, como fazíamos
quando estávamos juntos, e nos comparávamos ao vinho e a uva. Madrugada sem
sono e com chuva é tão triste de fato, e a cada relâmpago vejo teu retrato e a
vida me foge por entre os clarões; e o vestido negro realça a beleza me dando a
certeza que a minha... É a maior das
paixões
1 comentário:
Uma maravilha!
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