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sábado, 27 de outubro de 2012





 Vidraça que Chora.
J. Norinaldo.


Chove lá fora e eu olho a vidraça, que aos poucos  embaça o meu mundo   apagado, de repente um relâmpago clareia a parede, onde o retrato da dor está pendurado. Na moldura empoeirada aquele retrato, com o vestido negro que eu tanto gostava, que o tempo desbota mas não leva a lembrança,  do olhar de criança que eu tanto amava. Continua chovendo e eu olhando a vidraça, a angústia não passa e o sono não vem, na janela os pingos correm como lágrimas, será que a chuva chora por mim também? Pelo meu mundo de nada é que a chuva chora, enquanto aqui me escondo tu estás La fora, nos braços de outro dançando na chuva, como fazíamos quando estávamos juntos, e nos comparávamos ao vinho e a uva. Madrugada sem sono e com chuva é tão triste de fato, e a cada relâmpago vejo teu retrato e a vida me foge por entre os clarões; e o vestido negro realça a beleza me dando a certeza  que a minha... É a maior das paixões