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terça-feira, 9 de outubro de 2012





Louca Busca
J. Norinaldo.


Busco-te no silencio da partida, tua imagem num pingo de lágrima que cai, como o pai que busca o filho na trincheira, entre gemidos da vida que se vai; se sentindo feliz ao descobrir que o seu não está entre os que vão, se apagando lentamente como a luz de um farol que varava a noite de escuridão. Busco-te entre as chamas dos isqueiros, dos bordéis, lupanares e dos becos, onde os loucos buscam calor e guarida, onde se amontoam o monturo desta vida  nada encontro mas continua a buscar-te. Busco-te na fumaça dos vapores, nas histórias de amores inventados, busco-te nos retratos das paredes, busco-te entre os mais procurados; só a morte vai parar a minha busca, e talvez fosse só isto que busquei, pois nessa busca incessante esqueci de viver... Vivi somente o nada que encontrei.


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