A Chuva no Castelo.
J. Norinaldo.
A chuva lava por fora e embeleza
o templo, serve o mesmo exemplo a masmorra ou ao castelo, a goteira pequenina
que se infiltra no telhado, mostra que não se lava o belo. Eu posso ser muito
mais do que tu vês, mas só crês na beleza da fachada, nas luzes coloridas da
entrada nos arcos da ponte levadiça; sem pensar que por trás dos altos muros, também há monturos e carniça. Ah! Esta chuva
que teu corpo acaricia, aos olhos alheios poesia enquanto aos teus pode
disfarçar as lágrimas, assim como a fachada do castelo, somente tu sabes o que
é triste ou belo, mas não se a masmorra é teu lugar. Quantas vezes sem ter ninguém
ao meu lado, ouvi a chuva a tamborilar no telhado e a goteira como lágrimas do
castelo; e agora ao te ver banhar-te nua, livre no mar a luz da lua,
pergunto-me existe algo mais belo? Porém continua aquela dúvida eterna, só consigo
ver tua beleza externa e nenhuma goteira em teu castelo.
1 comentário:
Que maravilha.
Quanta verdade.
O amor mesmo planônico, virtual é intenso.
Vale a pena ser vivido. Nos faz sentir que estamos vivos.
Parabéns, poeta. Adorei.
Marilena Orsoni.
Enviar um comentário