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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011



As Fores da Urtiga.
J. Norinaldo.




Naufragam em lágrimas meus sonhos,
Medonhos pesadelos me perseguem,
Pelos becos, os vultos sem pegadas,
Nos degraus corroídos das escadas,
Os fantasmas perdidos que me seguem.

Meu jardim de urtigas bem cuidadas,
Cujas flores são buquê de amargura,
Como a tela que se pintou com lama,
Uma vela, que já não tem mais chama...
Enfeitando o altar dessa tortura.

Rangem os gonzos da masmorra,
E o frio me atinge o corpo inerte,
Dizendo que lá fora existe a vida,
Que a urtiga está florada e colorida;
Outra lágrima dos meus olhos verte.

Basta! Hoje dou meu grito de alforria,
Vou gritar e cantar velhas cantigas,
Vou reescrever minha vida em poesia;
Vou sentir no rosto um raio do sol...
Vou ver rosas nas minhas flores de urtigas.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

É muito importante como veem os olhos que olham. Olha o que você escreveu: VOU VER ROSAS NAS MINHAS FLORES DE URTIGA. Olha o poder da poesia aí. Abraço, amigo.