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sábado, 22 de janeiro de 2011



Minha Sombra.
J. Norinaldo.


A sombra que me segue enquanto há luz,
Como um fantasma calado, e taciturno,
Não imita meus gestos por deboche,
Se desgarra no escuro breu noturno,
Até acena, mas não fala com ninguém,
Não entra na caverna em que me enfurno.

A sombra da montanha por mais alta,
Tem o peso igual a um sentimento,
Não reclama dos trapos que lhe vestem,
Tão leve mais não se vai com o vento,
Como seria a sombra de uma sombra?
Seria eu sombra de algum pensamento?

Se penso logo existo diz a lógica,
Mas a sombra existe sem pensar,
O vento que agita o mar, não vejo,
A sombra é igual enquanto beijo,
Mas não vai sempre aonde eu for,
Nem foge quando eu mesmo me apedrejo.

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