África.
J. Norinaldo.
Este caminho é na África, mas o
céu é tão igual, te leva a qual lugar, e não somente a Roma como bem reza o
ditado, Roma, Paris Portugal, até o Afeganistão devastado, por este caminho
passam os irmãos que não conheço, quiçá até nem mereço por desdenhar sua cor,
por desconhecer a dor de quem foi escravizada,
mas saibas meu irmão bravo, que hoje eu sou escravo deste erro do
passado. Hoje o atabaque livre encanta minha nação, já não é triste a canção
como era na senzala, como a voz da mãe África negra que jamais cala, na voz do
branco ou do negro no samba que nos embala. E o senhor hoje é súdito da beleza
pela África legada, da mulata bem talhada pelo cinzel artesão, pela alegria
herdada dessa gente aqui sofrida,
humilhada, mas mesmo assim ainda tinham fé na vida; e diziam nos seus
cantos, aos seus Avatás seus santos, que sua verdadeira fé jamais seria
escravizada. Este caminho é na África, mas o céu vejo daqui, o céu será sempre
o mesmo se o caminho for mudado, que siga para qualquer lado, a África estará
sempre ai.
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