Pros Lados do Sul.
J. Norinaldo.
Num lugar assim, assim quase
igual, uma casa de barro, uma árvore seca um velho jirau, num canto da casa um
velho baú, cheio de lembranças de quem já partiu e faz tanto tempos pros lados
do Sul, e o céu tão azul como só se vendo só quando está chovendo é que muda de
cor, como o João barreiro, que não é pedreiro, mas faz a morada, a casa de
barro pelos moradores é que foi levantada, e aquele moço que se foi pro sul,
numa tarde quente de céu tão azul, quando a árvore seca era um simples cipreste, nunca mais voltou, nem
sequer se lembra mais do seu Nordeste. Num lugar assim, assim quase igual, uma
árvore seca em volta um curral, o velho puleiro e o céu tão azul, o porco no
chiqueiro e a galinha gorda, e a longa espera do moço do Sul. Muda a cor do céu
vem a chuva em fim, o milho plantado cheio de pendão ficando maduro, está
chegando a hora de ajeitar o baú, tirar a poeira do velho retrato do moço do
Sul. O milho secou e a tristeza é medonha, não se fez pamonha, canjica ou angu,
para agradar o moço do Sul. Ainda se olha da porta da casa de barro a estrada
comprida, pra ver se avista a poeira subindo para o céu azul, ainda há uma
esperança que não há de morrer bem antes de nós, daquele menino que se foi pro
Sul, possamos ouvir ao menos a voz.
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