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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014



Miragem.
J. Norinaldo.



Vou seguir escrevendo no deserto uma canção para o vento decorar, a melodia deixarei que a solidão se encarregue de compor, inspirada na paisagem para uma platéia repleta de miragem que o sol desenha com seu calor. Na partitura de passos na areia, em cada nota um fantasma sem idéia, da beleza dos desenhos da platéia, como um falsete da canção que canta o vento. A solidão se pudesse apagaria, não só a letra da canção que a espanta, mas também a miragem que encanta, mesmo sem nunca chegar perto, daquele que se perde no deserto e ouve a canção que o vento canta. Vou seguir escrevendo na areia enquanto o arco íris se levanta como a tiara da sereia, que no deserto de água também canta, a canção que tanto encanta o vento que na onda bordada serpenteia. Vou seguir rabiscando no deserto, longe ou perto aonde existir areia, para que o vento venha e cante, se embalando no colo da maré cheia.

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