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domingo, 26 de janeiro de 2014



Neve da Primavera.
J. Norinaldo.


Quando setembro chegar, só para contrariar eu já sei o que vou fazer, eu quero brincar na lama, depois que a neve derreter. Quando outubro vier, mesmo triste como vivo, solitário e depressivo vou escrever um poema, a solidão como tema e numa estrofe especial a minha falta de fé. E quando surgir novembro, diferente de setembro eu não vou brincar sozinho, vou convidar outro alguém, que vive como eu também para colher minha uva e com a água da chuva fazer um amargo vinho. E depois vem o final, dezembro mês do Natal, aquela festa tão triste, alegria para mim, só na tristeza é que existe. E começa tudo outra vez a vida girando a esmo, o mundo prossegue o mesmo, pois mudar ninguém se atreve, sem ver que a lama foi neve e assim consigo será, senhor de tanta soberba, as vezes sem que perceba lama também virará.

Quando minha tristeza passar, como tudo nesta vida passa, quem sabe esteja feliz quando a neve cair com tempo para refletir sobre a neve caída, que cada floco que cai na sua alva brancura, em seguida é lama e vai para o esgoto da vida. E como um boneco de neve que alguém fez em setembro, já não existe em outubro e ninguém se lembra em novembro, ou o amargo do vinho que algum doce disfarça, a vida como tudo passa, tudo volta ao que era, em setembro é primavera, mas a primavera austral, dezembro é sempre Natal mas é bom sempre lembrar, quando setembro chegar eu sei o que vou fazer, eu quero rolar na lama, depois que a neve derreter...

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