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sábado, 24 de outubro de 2015




A Beleza do Belo.
J. Norinaldo.



Dificilmente eu serei belo, o belo que todos gostam de ver. Portanto eu sei que existo, mas serei visto pelo que não devia ser. Quem não é geógrafo muito pouco ver num mapa, quem julga um livro pela capa dificilmente me ver; E a beleza assim vai se estilizando no conceito da estética, não que seja uma beleza patética, pois o belo também é arte, na verdade não é tudo afinal, o pavão é belo e inútil, existe a beleza fútil e a bela cobra coral. Talvez a beleza mais bela é justamente aquela que não aparentemente vista; mas só exista depois da capa do livro, ou da precisão do mapa que indica quase tudo, para que serve um livro só com uma bela capa e totalmente vazio de conteúdo? A beleza revelada à visão, a perfeição de traços nobres ou de curvas sinuosas, olhos belos que encimam belos lábios sensuais;  podem ser como a Peçonha da serpente, a beleza de uma cobra coral, ou inútil como a beleza do pavão, que encanta os olhos mas não alimenta como um pedaço de pão; pois este existe para ser belo sobretudo, eis a capa do livro mas que não tem conteúdo. Será que vale a pena ser de imensas belezas providos, e quando abrem a boca  quem está em volta se revolta e tapa os ouvidos? Eis a história do livro de bela capa sem conteúdo, é bem melhor um  livro sem tal adorno, do que jogar tanta beleza num forno. Nunca julgue um homem pela aparecia; tenha a decência e saber quem ele é de onde vem, o que faz de bem mais de uma vez, não aposte num cavalo pelo porte, não compre um castelo sem conhecer seu lado interno, ninguém compra um terno pelo corte, mas sim pelo alfaiate que o fez. O espelho devolve o que lhe mostrado e muitas vezes a beleza está na roupa, mas ele é mudo e jamais irá dizer: quanta beleza eu acabo de ver, mas para mim  é bem melhor... Aquele que vi antes e que se veste de estopa.

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