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segunda-feira, 16 de novembro de 2015




Rio Doce Lama amarga.
J. Norinaldo.



Rio doce Lama amarga, triste carga imoral, como monstro que lentamente se arrasta no lodaçal. Onde está o belo Rio que me banhei em menino, brinquei  num velho vapor afundado em Colatina; para onde foi tua beleza e teu brilho como está a pobre mãe natureza com a morte de mais um filho. Como estarão dormindo os assassinos cruéis que por maços de papéis mataram um rio tão belo, como estará seu castelo, Estará envolvido em luto num silencio logo e frio, sabendo do amargo  fruto do monstro feito de lama, que um dia será sua cama, mas jamais deveria ser de um rio. Onde está o rio Doce onde pesquei a moreia, é difícil ter ideia de como está Colatina, e o que se vê agora da ponde que tantas vezes cruzei para ir a São Silvano, assistindo a morte boiando lentamente sobre a lama venenosa de uma ação criminosa do ser humano pensante que matou o Rio Doce e não por ignorância,  mas por pura ganancia do fatal capitalismo, que levará para o abismo não apenas este rio onde em menino me banhei, mas todo planeta que um dia sonhei, que seria bem melhor, e hoje olho com dó de toda humanidade, que atenta contra si mesmo que mata e destrói a esmo em nome da felicidade. Adeus rio doce Querido eu te conheci com graça, quando cheguei a Colatina, tua ponte ia até o meio da Praça, Adeus querido doce da moreia e do robalo, talvez não te veja mais, pelo menos como eras, talvez como as velhas taperas que o tempo deixou para trás; Meus pêsames humanidade, Brasil e minas Gerais.

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