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segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Feliz Aniversário Poeta Carlos Drumond.

J. Norinaldo.


Hoje é o teu aniversário Carlos Drumond de Andrade,

Um dia para a humanidade homenagear a poesia,

O que foi escrito em bronze ficará para eternidade,

Hoje a saudade embaça a visão como um véu,

Porém a nossa certeza da tua imortalidade,

Que hoje tem sarau poético no céu.


Recebe hoje poeta a minha singela homenagem,

Nesta mensagem que escrevo com todo carinho,

Querido mestre que a poesia enaltece,

Que a plêiade lá do céu hoje pertence,

Dá um abraço ai no nosso Mário Quintana,

No Mário Lago e no Catúlio da Paixão Cearense.


Que cada poeta hoje lembre ao menos um verso teu,

Que o mundo não esqueceu e nem esquecerá jamais,

Muito obrigado Drumond pela herança deixada,

A poesia garimpada lá pelas Minas Gerais;

Tesouro inesquecível em nossas mentes guardado...

Para sempre Carlos Drumond, por aqui serás lembrado.

domingo, 30 de outubro de 2011


Tristeza do Poço.

J. Norinaldo.

Não posso dizer que estou no fundo do poço, jamais estive, às vezes penso como seria conhecer o fundo do poço que nunca conheci. Sabe por quê? O poço onde me encontro desde que ouvi pela primeira vez falar em felicidade e como ela seria, está sempre cheio, até a boca; de lágrimas, não só as minhas, mas daqueles que param para tentar me consolar, no fim, sentam e choram também. O pior, é que por mais fundo que seja esse poço, por mais que transborde de lágrimas, não consegue saciar a sede da solidão. E ela nunca vem beber sozinha, sempre traz como convidados, a mágoa, a tristeza, a saudade, depois que bebem só por maldade falam sobre: a falta de sorte, a depressão, desilusão e da morte.

Você deve pensar que sou demente, mas a tristeza é um vício e eu sou totalmente dependente. Portanto meu amigo, por favor, nunca experimente. Não deixe cair nenhuma lágrima, lembre-se que isto só contribuirá para manter meu poço mais cheio. Promete?

sábado, 29 de outubro de 2011



Beleza e Vida.

J. Norinaldo.


Entre um cochilo e outro da madorna,

Vejo a aranha que decora minha sala,

Que não cochila sempre atenta a sua teia,

A espreita de quem pensa que se embala,

E que quem voa é superior na vida.


De repente uma linda borboleta,

De asas deslumbrantes colorida,

Se debate ofegante em sua teia,

A aranha na certeza do banquete,

E a bela alimenta a outra feia.


Cujas asas são jogadas como restos,

A beleza que alimenta as paixões,

A natureza nos mostrando seus exemplos,

Só a fantasia se alimenta de ilusões,

Deus não está nos vitrais dos belos templos.


Quem tira do espelho o alimento da vida,

Muitas vezes deixa a alma esfomeada,

A beleza que o espelho nos devolve,

Que afaga o ego e estimula a vaidade...

Na verdade para a alma não diz nada.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Desmatar é Preciso.
J. Norinaldo.

Enquanto o homem afia a sua maldita serra,
O verde se vai da terra e o ar fica rarefeito,
Os desertos proliferam como jardins da insensatez,
Pássaros tornam-se carnívoros modificando o perfeito,
Os rios tornam-se sólidos como o caminho da morte,
A terra vomita fogo de tanto engolir rejeito.

A natureza se dane o progresso não tem volta,
E a fumaça que solta vai asfixiando o mundo,
Cavando cada vez mais fundo em busca de algum tesouro,
Petróleo, urano e ouro ou carvão para aquecer o fogo,
Há mais gado do que gente e de repente um estouro...
E a serra fica sem dentes e o homem sem o seu ouro.

Veja ai nesta imagem que brincadeira engraçada,
Hilário, não fosse triste uma verdade sincera,
Que a lei do consumo impera acabando nossas matas,
E os lideres reunidos só falam em economia,
A vida vai se arrastando como um riacho de lama...
Pois para a mãe natureza não existe isonomia.

Onde se plantava trigo hoje se planta maconha,
A diferença é medonha quando se vende a colheita,
E a receita é a mesma, fazer o que, eu não sei,
Quem pode vai construindo fortalezas pra o futuro,
Quem não pode carregando pedras pra erguer o muro...
Até que os cachorros façam xixi nas pernas do rei.


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quarta-feira, 26 de outubro de 2011



Ódio de Espelho.

J. Norinaldo.


Insulto o espelho insensato e desumano,

Que me mostra aquilo que não quero ver,

E não sente pena do meu triste olhar,

Que diz claramente como eu queria ser,

Não é o espelho que critico na verdade,

Ao Criador é a quem tento convencer.


Se não sou belo o espelho nada pode,

Reflete aquilo que está diante de si,

Mostrando apenas a beleza do embrulho,

E as vezes um largo sorriso de vaidade,

Mas a verdade não consegue discernir...

Outra beleza de que tanto me orgulho.


Quem não olha muito bem o pedregulho,

Jamais encontra o diamante que almeja,

Um bom vinho não esconde o seu rosário,

Dependendo de quem serve ou da bandeja,

Um colibri por mais belo e colorido...

Não escolhe no jardim a flor que beija.


Se tudo nesta vida realmente fosse bela,

A aquarela não teria ao pintor utilidade,

E o condor com o seu voo majestoso,

Seria visto com a maior normalidade;

Sabe muito o pintor que fez a tela...

E que pincela para todos... A mesma felicidade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Meus medos, Meus Lobos.

J. Norinaldo.


Meus inimigos são os medos que acumulo,

Que me espreitam pelas fendas das muralhas,

São mortalhas que esvoaçam nos meus sonhos,

Nos medonhos talhos feitos por navalhas;

Na pele dos lobos famintos que me seguem...

Na busca louca de roubar minhas migalhas.


Os dragões que herdei da distante meninice,

Não protegem as muralhas dos meus medos,

Meus castelos de areia são tão frágeis,

Cujas torres não escondem meus segredos;

E a matilha cada vez sente mais fome...

E os lobos ficam cada vez mais miseráveis.


E os retalhos remendados do meu manto,

Como as pedras de um castelo em ruina,

Como os rastros da matilha sobre neve,

Ninguém se atreve a tentar mudar a sorte,

Seguir a frente da matilha esfomeada...

E numa curva, dar de cara com a morte.


Se o sorriso da hiena é tão sem graça,

E a fumaça do incenso tem perfume,

A flor de lótus só nasce onde existe lodo,

E a roseira tem as raízes no estrume;

Eu já não sei se os lobos são meus medos...

Ou os segredos que escondem meu ciúme.

domingo, 23 de outubro de 2011

Caçar.
J. Norinaldo.

Coçar e caçar é só começar, caça-se os tiranos, mas se deixa as tiras, as tiras de panos, que outros vão usar enfeitando o peito, prometendo ao povo não tiraniar, mas por trás das tiras há tantas mentiras como água no mar. Mudança no trono, troca de tirano pra depois caçar. Os velhos chacais que tanto caçaram, hoje olham para trás vendo que a caça não se curva mais. Caça-se um tirano, mas se deixa a tira e o mar de mentira cresce muito mais, enfeita-se o trono e vem outro tirano prometendo paz, e a tira de pano já tem novo dono com um novo escudo, passam-se os anos e os novos tiranos vão esquecendo tudo; Até que um dia no meio do povo surge um grito novo pra recomeçar, ninguém aguenta mais, com tantos chacais então vamos caçar. Se foi o Saddan e agora o Kadafi e o próximo quem será? Se você é tirano, que vá se cuidando a estação de caça está só começando.