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domingo, 1 de novembro de 2009

A Sombra dos Miseráveis.
J. Norinaldo.

Vago entre milhões de invisíveis,
Divisíveis, numerados miseráveis,
Cujas sombras manchas ralas transparentes,
Disfarçadas em imagens descartáveis,
Transeuntes de um mundo de fantasmas,
Arrastando-se como sombras de serpentes.

Toscas tochas que iluminam o proscênio,
Fazem dançar na parede a sombra rude,
Dançarinas do teatro dos horrores,
E o dedilhar do mais horrível alaúde,
Ao som de cascos batendo sobre tambores,
Cordas de tripa esticadas num ataúde.

Dançam miasmas a espera do banquete,
Germes sem nomes no entanto bem visíveis,
Seres horríveis que se alimentam da morte,
Bem necessários pra livrar os descartáveis,
Da podridão que os torna miseráveis...
E a certeza que em fim, serão indivisíveis.





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