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sábado, 7 de novembro de 2009


Eu escrevi quase 400 poesias, de graça, sem nenhum lucro coloquei a disposição de quem quisesse ler, procurei os meios para dizer onde estavam, mandei para pessoas que achei que gostariam de recebê-las, isto é, tentei fazer alguém feliz com algo que fiz por prazer; às vezes não consigo dormir, fico matutando uma maneira de escrever algo que possa levar um pouco de alegria a alguém, por vezes ligo a TV, assisto um filme e dele tiro inspiração e também me alegro quando consigo escrever algo que acho lindo, às vezes nem é, mas que seja para uma única pessoa isto me torna feliz.
Quem escreve poesias, poemas, seja lá o que for deve se sentir igual a mim, feliz quando alguém elogia o seu trabalho, às vezes uma crítica também é bem vinda, nos ajuda a pensar que ainda não somos o cara, que ninguém é tão bom que não precise melhorar alguma coisa. Quem escreve um roteiro de um filme também deve se sentir assim, feliz quando consegue o seu objetivo, ou seja, fazer com que as pessoas se emocionem, se revoltem, sorriam ou chorem com a sua obra. Mas no fim tudo não passa de um roteiro e os personagens que na trama são inimigos mortais, comemoram juntos o sucesso com abraços e sorrisos, e todo mundo é feliz para sempre.
Resolvi escrever este texto após assistir ao filme: “A Revanche Final”. Não pelo final, que acostumado ao cinema, já o conhecia de cor e salteado, mas pelo inicio. Existe um ditado popular que diz: “A Arte imita a vida”. Verdade? Sim, na verdade ninguém inventa nada, tudo se copia. Na minha poesia, falo da minha por não deter direitos de falar na de mais ninguém, pois bem, na minha poesia, pego apenas os ingredientes que existem, e talvez por algum talento, vou encaixando-os como num quebra cabeça.
Como pode um ser humano, que conhece muito bem uma prisão, consegue arranjar para que alguém que ama sua família tem mulher e filhos, é honesto e trabalhador, que crer em Deus, este ser humano que é pago justamente para proteger gente como a que acabo de citar, pois bem, armar para que uma pessoa assim seja condenada por um crime que não cometeu, mas que para se defender no ambiente carcerário venha a cometer um ou mais, ou mesmo perder a vida? Como Pode? E ainda por cima dormir tranqüilo?
Será que pessoas assim gostam de poesias? Podem gostar sim, por que não? São seres humanos. Será que alguém assim já leu uma poesia minha e gostou? Meu Deus! De repente me bateu um pavor, imaginando um desses seres humanos, num momento de folga, com os pés em cima de uma mesa, olha para o parceiro e diz: _ O cara! Dá uma olhada só num blogue que descobri aqui. Você que gosta tanto de poesias, escuta só esta:
Parece loucura, paranóia, mas desde que assisti a este filme, não consegui escrever mais nada, quer dizer, a não ser este texto.
Será que terei capacidade de criar alguma poesia, nem sei se são poesias, se pelos menos fossem vendidas, esses seres humanos a quem me refiro teriam comprado, eu não me sentiria tão culpado. Meu Deus! Já recebi tantos e-mails falando das minhas poesias, de pessoas que não sei quem são, se é que são realmente poesias, teria eu recebido algum de algum ser humano dessa espécie?
Não terei eu também cometido um crime, apenas por vaidade escrever para simplesmente satisfazer o ego, e com isto ter levado alegria a este tipo de ser humano? Por que estou repetindo tanto este ser humano? Talvez para não esquecer que também sou um ser humano, e só agora sinta vergonha disto. Não pelo filme e nem pelos grosseiros erros do meu texto, mas por saber que na vida real cada presídio tem pelo menos um eleito ao inferno por seres humanos que ajudo a pagar, pelo menos o salário honesto. Eu disse honesto? Você tem conhecimento de algum? Adolf Hitler adorava Wagner, e ainda tem muita gente que adora Adolf Hitler. Seres humanos...
O Que???? Hitler também era poeta?

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