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segunda-feira, 23 de novembro de 2009


Sandálias.
J. Norinaldo.


Vaidade, Vaidade por que teimas em me seguir?
Por que não nasci vestido com paramentas de rei?
A vida é uma escola, aprende quem quer aprender,
O espelho não censura devolve o que é mostrado,
Quem inventou o espelho o fez olhando um lago...
Mais belo que o inventou as vezes por pedras rodeado.

Sandálias que anunciam o poder e a fortuna,
Pisam o mesmo chão para onde todos iremos,
A luva não escolhe a mão, as sandálias não dizem que és,
Anéis que enfeitam dedos não dizem o saber que temos,
As pedras que ornamentam coroas de soberanos,
Nas são as mesmas que ferem quem não tem sandália nos pés.

Calcei as minhas sandálias e segui o meu caminho,
Em busca de um pergaminho escrito em tempos idos,
E descobri que a estrada foi o meu maior tesouro,
Que os pergaminhos existem, mas estão muito escondidos,
Que há muito tempo no mundo se usam sandálias de ouro,
Sempre existiram senhores e os menos favorecidos.

Gastei as minhas sandálias, mas encontrei o que queria,
Cansado com os pés feridos parei a sombra do monte,
Logo atrás a vaidade nos pés sandálias brilhantes,
Sempre com um espelho a mão e um sorriso radiante,
Vi duas sandálias lindas na sua mão estendida...
Pensei na escola da vida, descalço segui adiante.

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