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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009



O Velho.
J. Norinaldo.

Um homem velho, muito velho, muito velho,
Barba longa, fios brancos cabelos ralos,
Sentado em uma pedra muito velha, muito velha.
Suas vestes uma velha túnica desbotada e rota,
Que ganhara de um diácono muito velho.
Seria ela bem mais velha que o velho.

O velho pensa em quando ainda não era velho.
Mas, que velho ficava a cada segundo passado.
Muito tempo se passara desde então e agora...
Muito tempo para trás e pouco tempo a sua frente.
Tempo curto para colher o que plantou,
Muito tempo para pensar no que restou.

Tanto tempo aprendendo a ficar velho,
Agora velho sem lembrar o que fazer.
Quando menino morria de medo dos velhos,
Agora velho se escondendo dos meninos.
Já correu, já amou, já foi amado e desprezado,
Despreza agora o tempo que ainda lhe resta.

Logo agora que acreditava saber quase tudo,
Não tem mais tempo pra ensinar o que aprendeu.
Ninguém para e senta nessa pedra pra escutar,
E se alguém senta, não adianta já esqueceu.
E essa túnica ridícula ensebada e tão antiga...
Na verdade já não lembra quem lhe deu.

O fogo e a pedra são mais velhos que o velho,
E o chão onde os pés descalços repousam.
Terá sido feliz antes de ficar velho este velho?
Ou será feliz agora por que pressente que é hora,
De deixar a pedra e o fogo para outros que virão,
Pisar o chão, sentar na pedra onde senta o velho agora?

1 comentário:

Anónimo disse...

espetacular!!!!
sem dúvida uma maravilha, é um prazer ler estas páginas virtuais plenas de sentimento real.
bjs e prossiga sempre.