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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009



Para a Poetisa Sara Lima.
J. Norinaldo.

O barco a bruma o velho assoalho,
Lembra o cascalho do fundo do rio.
O quadro pintado com tanto primor,
Nas linhas retas às vezes tremidas,
No céu cinzento sem brilho, opaco,
Quem sabe o momento que vive o pintor.

Tem muito talento quem pinta a beleza,
Mesmo com a tristeza em seu interior.
Trazer felicidade a quem não cabe o problema,
Mas a alma ferida é quem lhe dita o tema.
Um barco a deriva, a floresta a montanha,
A poetisa que ama suscita ao poema.

Mesmo que o quadro fossem apenas rabiscos,
De uma mão sem controle pelos calos da vida.
De quem já esqueceu os contornos da arte,
E já não mais distingue as tintas na sua aquarela,
O amor segurando o pincel a fazer sua parte,
E novamente o seu céu terá a cor mais bela.

A poetisa o pintor, o quadro a ilusão perdida,
E o postergar da partida não serão as cenas finais.
Partirá a poetisa e também o pintor com certeza,
Restará a beleza do poema e do quadro aos anais.
Os seus nomes citados em velhos alfarrábios,
A poetisa e o pintor, que serão para sempre imortais.

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