Bajular.
J. Norinaldo.
Ao turíbulo que bajula o tirano,
Sobram as cinzas do incenso ofertado,
E o vento livre leve e soberano,
Leva o perfume muito além do bajulado;
Quem adula um senhor por seu castelo...
Não vale as cinzas de um incenso queimado.
A compaixão dói muito mais que o desprezo,
Pobre daquele que atrai a compaixão para si,
Viverá para sempre se curvando,
Seus caminhos não passarão de picadas;
Ninguém jamais seguirá suas pegadas,
E confesso compadeço-me de ti.
Conhecerá a felicidade noutros,
Teoria que jamais confirmará,
Acredita ser feliz com o que faz,
E a fumaça do incenso lhe desvia,
Pouco adianta dizer que não sabia...
Quando em fim já será tarde demais.
Quem bajula esquece a si mesmo,
Vive a esmo somente pra bajular,
Mas a vida não bajula quem adula,
Quando os sinos tangerem seu louvor,
Foi-se apenas mais um sabujador...
Sem turíbulo, sem incenso, sem amor.
1 comentário:
Bajular não é necessário, mas a poesia sim, eu fico com a sua poesia. Agora eu acertei. Abraços J. Norinaldo.
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