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quarta-feira, 17 de agosto de 2011


Pássaro Livre.

J. Norinaldo.


Vôo livre sobre campo semeado,

Neste vôo ameaçado de extinção,

O meu canto hoje já não faz sentido,

Nem a festa quando o trigo é colhido;

O mundo esqueceu o amor e o encanto,

Pelo meu canto e o valor pelo pão.


E a família que antes semeava junta,

E repartia a colheita numa festa,

Como a ave que voava sem temor,

Tendo a colheita sempre farta da floresta;

A família que plantava se acabou,

Sendo pisada a ave cata o que ainda resta.


Em cada túnel no final há uma luz,

Em cada cruz uma história a ser contada,

Em cada praça há passarinhos a catar restos,

Em cada campo há semente a ser plantada;

Em cada lar há motivos de protestos...

Por cada pão há uma prece a ser rezada.


O sol se põe no fim do dia atrás do monte,

E o monge canta em louvor e devoção,

Mas não se apagam mais o facho da cadeia,

Inexiste diferença se é noite ou se é dia;

Pelas esquinas o clamor a perdição,

E a família come do que não semeia.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Ontem, eu e o Pantanal. Hoje, eu e o Mar. O que permite essa mobilidade? Em primeiro lugar; saúde e depois a L-I-B-E-R-D-A-D-E. Amigo! Pássaro Livre - Vôo livre. Abraço, amigo.