As Sombras
J. Norinaldo.
Mesmo que o futuro me
apavore,
Mesmo que os rios
corram lentos,
Mesmo as sombras
petrificadas,
Mesmo tendo que arder
em calçamentos,
Mesmo estando o
passado tão distante,
Sinto as sombras se
moverem em pensamentos.
Mesmo vendo que
crianças já não brincam,
Assim como brincavam
antigamente,
Mesmo aplaudindo uma
canção se entender,
Mesmo não crendo faço
esforço para crer,
Que o futuro será
proeminente,
Só não sei se as
sombras serão suficientes.
Nos desertos existem
sombras rarefeitas,
E os desertos se
propagam pela terra,
Onde a sombra dançava
ao sabor do vento,
O homem destruiu com
o poder da sua serra,
Hoje as sombras que
existem nos assombram...
São dos fantasmas que
pereceram na guerra.
Se a sombra do
mosteiro não é santa,
E nem encanta como os
cantos a Gregório,
E se a sombra depende
sempre da luz,
Se o portal do templo
não é simplório;
Como as sandálias com
que andava Jesus,
Ou as suas últimas
palavras lá na cruz.
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