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quarta-feira, 20 de março de 2013




Olhar Perdido.
J. Norinaldo.


Meu olhar varre a paisagem por inteira, sem mover uma folha do outono, a procura dos fantasmas que me seguem, me perseguem em vigília ou no sono, são espectros de sonhos já desfeitos, imperfeitos pesadelos tão medonhos. Meu olhar a buscar todos os cantos os encantos do olhar que já foi meu, os teus olhos os mais belos diamantes, tão brilhantes que o meu olhar perdeu. Minha alma não se rende não se entrega, quando meus joelhos se dobram sob  o fardo que carrega, as feridas dos meus pés o tempo cura é a loucura dessa busca que me cega.
Quando o vento faz bailar as folhas mortas e os pardais cantam alegre na videira, o meu olhar redesenha essa paisagem e de repente a razão se faz bobagem, nada na vida faz sentido, se não encontro aquele olhar perdido. Se na madorna de uma tarde de outono, pego no sono meus fantasmas logo vem, não me assustam ou me consolam que querem então, mesmo em sonho meu olhar está perdido, num labirinto em que só sinto a solidão; não! Não é isto te garanto, tenho certeza que olho em toda direção.
Vou continuar varrendo com meu olhar a terra inteira, de outra maneira minha vida é sem sentido, quem sabe um dia valha a pena essa insistência, só não quero ter vivido, uma existência apenas por um olhar perdido.

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