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sábado, 1 de junho de 2013



Ruínas.
 J. Norinaldo.



Difícil é voltar a tempos idos e buscar entre restos destruídos, os escombros sem nenhuma vida ou cor, versos para um poema de candura tirado das paredes carcomidas que antes abrigaram vidas e tantas histórias de amor e de ternura. Paredes que resistiram ao tempo, ao vento cruel da tempestade, para guardar a felicidade daqueles que a chamaram de minha, agora sozinha em tapera, nem lembra a beleza que antes era, quando tinhas quadros pendurados, quando a família reunida a suas paredes dava vida e enfeitava de flores seu quintal, e até as roupas coloridas no varal parecendo anunciar alguma festa; os pássaros no pomar sempre em seresta, Ah! Como dói esta saudade. E este retrato em branco e preto que hoje para mim é um tesouro, me faz recordar um aforismo que diz que nem tudo que brilha é ouro; agora eu olho com ternura, as tuas paredes sem pintura e sem o teto que nos abrigou. O tempo para mim também passou e de ti não difere a minha sina, hoje sou também uma ruína, quiçá um velho retrato em branco e preto que sobrou.


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