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quinta-feira, 3 de julho de 2014



Solidão.
J. Norinaldo

Faz tempo que o trem não passa, aliás não passa ninguém, as flores vem e se vão e o seu perfume também; será que todos se foram e se esqueceram de mim, perdi o último trem encantado com o arrebol e para dizer a verdade já nem tenho visto o sol. Cego sei que não sou, pois ainda enxergo a flor e o trilho mal cuidado, as vezes o céu estrelado outras vezes sem estrelas; o que houve com o mundo ? Sei que não foi de repente, pois corri por estes campos vendo os trilhos reluzentes, passageiros bem vestidos quase sempre sorridentes; porém hoje restam os trilhos como rastros de serpentes. Aonde estão meus amigos, onde foram meus parentes, já há quantas primaveras que me encontro aqui sozinho? Pela ferrugem dos trilhos pouco tempo é que não faz,l o certo é que quem foi se foi e quem ficou não verá mais. De algo tenho certeza, uma coisa não mudou, quando é tempo de flor tudo fica colorida me engano pensando que a vida novamente retornou. Ah! Essa solidão malvada, para quem eu não fiz nada e pensei que nem conhecia, bateu em minha porta um dia e por está sozinho a deixei entrar; o trilho a terra cobriu, todo o floral sumiu, mas ela não quer me deixar. As vezes fico pensando que a morte me esqueceu, ou a solidão pediu-lhe de presente esse pobre eu, que já não enxergo os trilhos, as flores o arrebol, nem mesmo o nascer do sol, o céu com ou sem estrela,o meu passa tempo antigo, mas a solidão mesmo sem vela sei que permanece aqui comigo.

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