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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011



O Encanto do Amor.
J. Norinaldo.

Não importa a curva do monte,
Independe da força do vento,
Ignore as lamurias da fonte,
O amor transcende barreira,
E atravessa na sombra da ponte,
Com a força de um pensamento.

Quem se curve as agruras da vida,
Abre as portas a convite da dor,
Não vê a beleza de um lago,
Nem sente o perfume da flor,
O sabor do mel é amargo...
Desconhece o encanto do amor.

Se o monte é alto e distante,
Se o vento não tem cheiro nem cor,
Se não ouves a canção da brisa,
Se a fonte por acaso secou;
Quem se curva às agruras da vida...
Desconhece o encanto do amor.

Não se cria rios de lágrimas,
Que não saciam a sede da dor,
E nem regam os jardins da vida,
Que encantam tanto o beija flor;
Quem passa pela vida e só chora...
Desconhece o encanto do amor.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011



Fala-me de ti por Favor.

J. Norinaldo.

Quando te peço para falar de ti não quero saber quem és, pois sei tudo sobre ti, na verdade o que quero mesmo é ouvir a tua voz, é sentir-te retraída como um gato e nem imaginas quão bela ficas assim. Jamais poderás ser aquela que apenas sente, se não sentires que necessito sentir. Tua presença ouvir tua voz. Aquela que apenas sonha, nem pensar, pois posso não fazer parte deste sonho. Se às vezes te sentes confusa em saber quem és, me procuras e te direi, pois decerto sem ti a poesia seria como uma cadeira manca, como uma bandeira branca sem nada simbolizar. Tomara que tu aprendas, que poesias são rendas trançadas com fios da alma, dosséis que enfeitam os altares, que bordam as ondas dos mares e o sangrar da deusa viva, cativa do viver e do amar, por certo nunca pensastes: Mara bem que pode ser o feminino do mar. Desvendar a tua alma é para mim um livro aberto, um oásis sem deserto onde calo a minha sede, e o castelo que ela habita uma verdadeira rede da aranha que me caça como inseto.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



Caminhos da Fé.

J. Norinaldo.


Alfaiar o teu manto com estrelas,

Com fímbrias bordadas de luz,

Costura-lo com fios de ouro,

Igualar-te ao mais rico tesouro,

Não redime o nosso pecado,

De humilhar-te e pregar-te na cruz.


Só o amor que ensinastes redime,

Abrilhanta o caminho de luz,

Não o amor que com amor se paga,

E sim a verdadeira entrega, veneração,

Não a luz que com vento se apaga...

E sim aquela que nos acendeu Jesus.


O caminho tem pedras e espinhos,

O amor não há tesouro que pague,

Jesus partiu, mas o amor não morreu,

Esta luz não há vento que apague.

As moedas de Cezar não sevem...

Pra pagar o curso de amor que nos deu.


Está chegando o dia da grande festa, Natal,

Dos abraços, dos beijos o presente brilhante,

Que o doce do vinho não se torne amargo,

Nada tinha seu manto de esfuziante

Por sua festa ter muita alegria, porém,

Esquecer de convidar o Aniversariante.

domingo, 11 de dezembro de 2011



Com a Pena da alma.

J. Norinaldo.


Debulho as mágoas como a alma ensina,

Deito no papel todas as dores que sinto,

Mas, também falo das flores e da primavera,

Para consolar alguém às vezes até minto,

Como um ser intimista da felicidade...

Mas, que na verdade só conhece quimera.


A visão para o poeta sempre foi tão severa,

Até numa tapera esquecida ele vê alegria,

Lembrando quem nela viveu no passado,

Quem sabe uma linda donzela uma fantasia;

Ou um velho poeta que a luz de um toco de vela...

Dedicava a ela a sua simples poesia.


Ao poeta não cabe enganar com sofisma,

Não quero que todos pensem assim como penso,

Não posso deixar de secar tuas lágrimas,

Por que o mundo mudou e não se usa mais lenço;

Não consigo deixar de perguntar a mim mesmo...

Se conquistou a rainha o belo jardim suspenso.


Por mais simples que seja uma flor do campo,

Aos olhos poeta jamais passa despercebida,

Nem mesmo uma pedra no meio da estrada,

Quem tem um poeta dentro do seu ser,

Jamais terá paz enquanto viver...

As vezes mentindo, sem poder fazer nada.


sábado, 10 de dezembro de 2011



Carnaval da Vida.

J. Norinaldo.

A vida não passa de um carnaval,

Onde cada qual faz a sua fantasia,

Não escolhe o lugar onde ser folião,

Desconhece o tempo que dura a folia;

Inexiste exigência ao tipo de máscara,

Certeza somente que se acaba um dia.


Existem os salões com fausto e com brilho,

E os blocos de sujos que imitam o real,

Duendes e fadas que alguma mente pariu,

Canções animadas que falam de amor;

Relíquias guardadas de algum compositor,

Que já foi folião, mas também já partiu.


Lágrimas pintadas no rosto que esconde,

As mágoas do bloco que não escolheu,

Na gordura do rei a fartura da corte,

Em cada estandarte o brasão de uma casta;

Duendes e fadas nobres e fariseu...

Mesmo o bloco parado do fim não se afasta.


Com manto de nobre ou com a cara pintada,

Não há outra estrada nem uma outra folia,

No salão brilhante ou na rua enfeitada,

Nos versos rimados de uma poesia;

Somente no fim se descobre que no enredo...

Não existe segredo, tudo foi palhaçada.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011



Como Bolha de Sabão.

J. Norinaldo.

Quem fala de amor sem amizade e paixão,

Cultiva um jardim de erva daninha,

Tem um discurso, mas sem ter convicção,

Como quem corre sem saber aonde vai;

Voando alto numa bolha de sabão,

Que o vento estoura e dificilmente cai.


Só o amor constrói a ponte mais antiga,

Que interliga duas almas por inteiro,

Duas metades que nasceram separadas,

Bem assim como a manteiga e o pão,

Como o toque da maçaneta e a mão...

Como o beijo da caneta no tinteiro.


Quem desconhece a plenitude do amor,

Não saberá nessa vida o que é candura,

Viverá simplesmente por viver,

Morrendo enquanto vive sem saber...

Que a vida simplesmente o atura,

E como a erva daninha, deixa crescer.


Quem não fala, mas sente o amor puro,

Não constrói muro que desune e que separa,

É um jardim com belas flores perfumadas,

Que ornam e deixa a paisagem colorida;

Como o cordão que junta as perolas do colar...

Para enfeitar, o colo da própria vida.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011


Fuga para o Nada.

J. Norinaldo.

Busco na imensidão do nada,

Respostas as minhas indagações,

Por que as miragens nos desertos,

São sempre as nossas aspirações;

E depois de crescido não me assusta...

O fogo que soltavam meus dragões.


Os caminhos se tornaram bem mais curtos,

E as distancias se encolheram no imenso,

E apagaram-se as velas dos velhos castiçais,

Mudou-se por completo o perfume do incenso;

Não se precisa mais dos antigos cabedais,

De bastidores de bordados, antes feitos com dedais.


A menina que brincava de boneca,

Hoje brinca de fazer boneca viva,

E a mãe que pensava em enxoval,

Só pensa hoje em ante concepcional;

E o trem lotado cansando a locomotiva...

E a humanidade achando tudo normal.


E no delírio o homem tentando uma fuga,

Encurtando a distancia ao próprio fim,

Retirando das folhas o mais belo verde oliva,

E nas carreirinhas que não saem do lugar;

Transformando depois em pó a morte viva...

E o deserto, vai trocando de lugar.