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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009



A Colheita.
J. Norinaldo


A vaga medonha que agita a procela
O fio tecido que esconde a nudez.
O corte profundo que deixa seqüela,
O grito da terra que acorda a surdez.
A estrela que morre, mas a luz não finda.
A poesia que luta contra a insensatez.

A menina que luta desesperada para se tornar mulher,
Como um fruto ainda verde grudado no galho.
Numa luta sem trégua para chegar à colheita,
Fugindo de quem lhe oferece um atalho,
Para cair bem mais cedo na vereda da vida,
Em teias urdidas com fios de orvalho.

O brilho do ouro que cega e domina,
Devasta as muralhas que protegem o moral.
Corrói as correntes que prendem o nefasto,
Tornando mais plana a estrada do limbo.
Levando o homem direto ao umbral,
Que alimenta a lasciva com o mais tenro pasto.

O manto criado para cobrir a nudez,
Hoje reinventado provoca e suscita.
O anjo alado de pernas perfeitas,
Antes venerado no presente excita.
A mulher comedida que anda na rua,
Hoje é preterida por quem sai quase nua.

O ouro e a moda ditando os costumes,
E o mundo seguindo sem reclamar jamais.
Reinscrevendo a história apagando o passando,
Esquecendo da glória dos seus ancestrais.
Um dia tudo isto será passado a limpo,
E neste garimpo muitos, ficarão para trás.

1 comentário:

MERCIA VILANOVA disse...

Amor virtual
Eu te espero, Eu te sinto, Eu te vejo, Eu te desejo, Você me encontrou, Eu quis ser encontrada, Eu deixei me levar, Hoje fiquei no ar, Não posso exigir, Mais sei o que quero, Eu sei o que sinto, Eu sei que você também sabe, Hoje pensei, Hoje senti, Hoje eu vi, Que tudo que estamos vivendo, Não vai passar de uma tela, Hoje senti que você, Não vai me querer, Que não vou passar para você, Mais do que um amor virtual. ...