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domingo, 17 de maio de 2009





Escravo.
J. Norinaldo.


Já fui um escravo da noite e do vício,
Um molambo qualquer que a vida excluiu,
De lembranças seqüelas de grilhões invisíveis,
Estigmas na alma que o mundo nem viu.
Fui vaso que colheu lama de odores terríveis,
Alforriado pela poesia que do mal me aboliu.

Se hoje não sou o homem que sonhei ser,
Sou aquele que sonha o meu próprio sonho,
Por isso dedico cada poema que faço,
Aqueles que sonham e tem fé na vida;
Ou aqueles que vivem pesadelo medonho.
A esperança se vai, só no fim, na partida.

O homem aos poucos vai esquecendo o lirismo,
Se tornando uma maquina de cavar tesouro,
Deixando para trás todo o romantismo,
Só pensa na vida em conquista, em louro.
Só cuida da beleza do templo em que vive a alma...
Esquecendo que esta não carece de ouro.

Sonhei com um anjo que me deu um presente,
Uma pena, um anel de bronze sem nenhum brilho,
E me disse: escreve, mesmo que ninguém veja,
Faz cada poema como se fosse o teu filho.
Não busques a fama nem trocar por moedas,
Pois a soberba é veneno servido em bandeja.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que lindo poema querido amigo..parabéns pelo seu trabalho...sucesso sempre..beijos com ternura!