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quinta-feira, 24 de março de 2011



A Fonte da Sorte e a Janela.
J. Norinaldo.


Atirar moedas na fonte da sorte,
Pedindo que a morte pra longe se vá,
Caminhar sem rumo seguindo pegadas,
Degustando o fruto que nunca plantou;
Só vê da janela a vida passando...
Quando se dá conta a vida passou.

E quem não vive a vida só a deixa passar,
Como a aranha que vive para sua rede,
A beira do fogo pode morrer de frio,
E a beira do mar pode morrer de sede;
Não conhece o caminho que leva ao rio,
Na fonte da sorte não encheu seu cantil.

Quem pensa que a vida é só poesia,
E a natureza não passa de um cartão postal,
Pode perder a vida com toda certeza,
Num bosque cercado por tanta beleza,
Picado por uma cobra coral,
Cuja beleza é tanta, quanto o veneno letal.

Um ser que rasteja e é tão repelente,
De repente é uma borboleta tão bela,
Sem jogar nenhuma moeda na fonte,
Nem ser parte integrante de uma aquarela,
Simplesmente não deixou que a vida passasse...
Enquanto rastejava em sua janela.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Amigo! bem faz você que com seus versos inteligentes, passa para quem os lê, pelo menos para mim, é assim, os verdadeiros valores que a vida tem. Temos de caminhar, mas não "Caminhar sem rumo seguindo as pegadas," e sim deixar as nossas pegadas. Certamente você não será "Picado por uma cobra coral,". Sempre o abraço amigo.