Se o Barco não Virar.
J. Norinaldo.
No deleite do êxtase do olhar,
A janela da alma sem cortina,
O feitiço da carne se derrama,
Como a lava de um vulcão em chama,
Na nudez do corpo que fascina.
Como um barco navega a vaga mansa,
Balança requebra e faz meneios,
Entre as velas que dançam a barlavento,
Emproam avante os belos seios,
Rumo ao farol do atrevimento.
Se nos trejeitos da popa tem malícia,
E concita o mastro que vacila,
A quilha fendada e palpitante,
Molhada pela onda que oscila...
A espera do mastro penetrante.
Quando o azul do mar se torna púrpuro,
E a procela acena ao vendaval,
As velas jogadas sobre o lastro,
Entre algas desaparece o mastro...
Na loucura de mais um carnaval.
1 comentário:
Profundo esse... verso! ..."avante os belos seios, Rumo ao farol do atrevimento". Só o poeta pode tornar palavras a cena imaginada. "Se o Barco não Virar" eeuuuu... NÃO chego lá. Abraço amigo e bom carnaval.
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