
O Destino.
J. Norinaldo.
O destino é o relincho de um cavalo,
Se puro sangue é reconhecido longe,
O pangaré serve pra carregar peso,
E ter o desprezo da montaria do abade,
Do velho frade que unge o corpo do monge.
Ninguém controla o próprio destino,
E cada sino taca num tom diferente,
Em cada anca há uma marca bem distinta,
O mesmo ferro marca gado e marca gente,
Marca de fogo é diferente de tinta.
Se hoje se queima o gado marcado a ferro,
Ouve-se o berro do destino derradeiro,
E o relincho puro sangue garanhão,
Igual aos gritos de quem morreu no braseiro,
Da fogueira da santa inquisição.
O homem segue queimando o irmão vivo,
Seguindo o livro que lhe dá absolvição,
Marcando a ferro tanto gado como gente,
Alimentando o fogo da inquisição,
Na esperança, que no fim terá perdão.
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