
Pássaro na Antena.
J. Norinaldo.
O Barco me leva ao sabor do vento,
Como o canto lento de um passarinho,
A sonata triste de uma esperança,
De encontrar um galho para o seu ninho;
Eu componho a letra daquela canção,
Por saber de cor o que é ser sozinho.
O pássaro voa e a antena balança,
A árvore cinza que já não dá fruto,
Nem sobra gravetos para o seu ninho,
Cadê a floresta que existia antes?
E o alimento para o filhotinho,
Hoje só o lixo desses navegantes.
Essa árvore fria com galhos iguais,
Na mata de pedra que o vento não move,
Que não tem a sombra que abriga do sol,
Nem serve por teto na hora em que chove;
E o homem segue desmatando tudo...
E com o canto triste já na se comove.
E o meu barco segue singrando este mar,
Semeando o campo a espera do vinho,
Sem me importar o que diz o canto,
Que insiste em cantar esse passarinho;
Preciso comprar uma nova antena...
Que seja melhor que a do vizinho.
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