
A Trilha da Vida.
J. Norinaldo.
Culpar o mundo pelo meu destino,
É culpar o sino pela minha fé,
Quem caminha sempre por caminhos feitos,
Só ver os defeitos caminhando a pé;
Quem não aprendeu a fazer sua senda,
Jamais tece o pano para o seu altar.
Quem manobra o barco a atracar no cais,
Nunca é que fez a quilha perfeita,
Quem degusta o fruto que foi escolhido,
Nunca está presente na hora da colheita;
Quem teceu o linho que enfeita os dosséis,
Não fala do púlpito para seus fiéis.
O homem que grita a frente da tropa,
A pedra angular no arco do templo,
A vaga que embala a quilha do barco,
Aqueles que seguem o homem que grita,
Como um rio que corre por um leito pronto...
São flechas atiradas a esmo ao vento.
Quem semeia o trigo pra fazer o pão,
Deixa pelo chão seu caminho feito,
Celebra a colheita com seu próprio vinho;
Como o rio forja o seu próprio leito,
Esquece do boi que puxa o arado...
Que a trilha da vida não se faz sozinho.
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