Mitologia do Enredo.
J. Norinaldo.
Mitologia samba enredo dos antigos,
que ressaltavam fantasias nas arenas, ante as tochas da ribalta e no proscênio,
inebriavam a plateia com seus sonhos; alguns medonhos como o Inferno de Dante,
outros belos cobertos de glória e louros, ricos tesouros como a Nau Argo do
comandante Jasão, busca o carvalho onde se encontra pendurado, o Velocínio encantado, que lhe daria a coroa e o
bastão.
Mas a Escola que apresentar esse
enredo, mesmo sendo ao pé da letra interpretado, corre o risco de não ser bem
entendida e de jamais ver o seu Teatro lotado. A humanidade esqueceu a poesia,
hoje as Escolas usam outra metodologia para exaltar as proezas do passado, as
belezas que foram esquecidas a esmo, os Velocínio que o homem fez pra si mesmo,
e na verdade sem nenhuma serventia. Mas que levam a plateia ao delírio,
deixando a nova Argo a deriva, diante da nudez da deusa viva, esculpida com o
cinzel do silicone, o mais novo Tosão D’ouro que o homem descobriu na alquimia
do saber, uma maneira de mostrar ao Criador, que é capaz de transformar, ou de fazer, de uma simples criação Sua... Um
verdadeiro tesouro.
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