O Velho e o Tempo.
J. Norinaldo.
Um velho com o tempo nas costas,
com os ponteiros parados, sem saber que os tempos são muitos, uns redondos
outros quadrados, o seu se encontra atrasado, mas se olhar para outro lado que seja, assim como a torre
da igreja verá o tempo acertado. Não adianta levar o tempo, ou tentar dele
fugir, temos que viver a vida e deixar o tempo fluir; servir-se da refeição,
enquanto as mesas estão postas, e não sair pela vida com o tempo velho as costas.
Um velho carregando o tempo, numa esperança perdida, enquanto carrega peso o
tempo Lhe carrega a vida. Reclamam tanto do tempo, que o tempo é isso e aquilo,
mas ah! Se eu tivesse tempo, só para viver tranqüilo; agora eu não tenho tempo,
mas sonho em um dia ter, pois sei que é lindo sonhar, mas não vou carregar o
tempo, ele sim vai me carregar. A gente não vê o tempo, mas como o vento se sente, o tempo é como um espelho que vive
a zombar da gente; o velho que carrega o
tempo, como um boi de carga vai na frente. O velho carregando o tempo,
solitário pelo caminho, mesmo o tempo parado, a cada dia se acerta sozinho.
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