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sexta-feira, 27 de março de 2009



Hora do Adeus.
J. Norinaldo

Das cinzas de sonhos do passado
Que trazem lembranças tão felizes,
A um presente que tenta matizar
Com as cores da aquarela da razão,
Tentando disfarçar tantos deslizes,
Que magoaram e teimam em magoar.

Não, não dá mais para enganar-me,
E nem tentar viver sonhos de ilusão.
Os ponteiros do tempo nunca param,
O amor se confunde com paixão.
Às vezes quando já é muito tarde,
É que se acendem as luzes da razão.

Para voltar não há tempo e nem motivos,
Pois nem mesmo deixei marcas no caminho.
O alvorecer na estrada sozinho é tão triste,
A luz no fim do túnel um centelha quase apagada,
Uma estrela que morreu, mas sua luz ainda existe,
Apenas uma divisa, a fronteira para o nada.

Hora de olhar para trás e ver quão longa foi a estrada,
Se valeu a pena o sofrimento por tão dura caminhada.
Para as chagas dos pés já não há mais lenimento,
Nos alforjes da alma só dor, solidão e sofrimento,
A vergonha de partir deixando apenas pegadas.
Meus castelos de areia me legam ao esquecimento.

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