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sexta-feira, 13 de março de 2009



Viver e Navegar
J. Norinaldo

Sulcando os mares da vida
No meu barco de papel,
Frágil como uma crisálida,
Transparente como um véu.
Lutando contra a procela,
Tornei minha vida cálida.

Venci o tempo e as trevas,
Usei a espada e a pena.
Fui grande perante os grandes,
Tornei a terra pequena.
Construí muitos castelos,
Nunca temi alexandres.

Quem vence às vezes não lembra,
Mas quem perde nunca esquece.
Uma vez venci o tempo me lembro,
Mas esqueci que o tempo não envelhece.
Ainda tenho a espada e a armadura,
Não tenho mais dentadura e a mão não obedece.

O tempo soube esperar a hora certa com certeza,
Já que tempo tem de sobra para lembrar a desfeita.
Sugou-me todas as forças minou-me toda defesa,
Riscou-me a face antes considerada perfeita.
Enferrujou meu escudo de resistência robusta,
E hoje o que me assusta é a cripta a minha espreita.

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