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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010



A Privada da Vida.
J. Norinaldo.

O cão velho feridento e sujo que me segue,
Talvez o cheiro do meu sobretudo imundo,
Como um rascunho que se arrasta pela vida,
Que escreveu seus poemas nas privadas...
E que procura pela privada do mundo.

O que pensa esse cão ao meu respeito?
O cão não pensa segue-me por instinto,
Suas pulgas são diferentes das minhas,
Se lhe volta a pelagem ele é o mesmo,
Ao contrário eu me exibirei e minto.

Por que és tão humilde e me segues?
Passa a frente e eu te sigo submisso,
Talvez queiras dividir o teu abrigo,
Ou quem sabe não tenhas nenhum amigo...
A quem a vida transformou apenas nisso.

O que tenho? Apenas minhas pulgas,
Minhas chagas e o odor de coisa morta,
E lembranças que não me enchem a barriga,
E nem servem para anestesiar a dor...
De não lembrar quando cruzei uma porta.

1 comentário:

Suave Brisa disse...

Querido Nori...
Seu Blog continua lindo e expressa toda sensibilidade de sua alma poética.
É gostoso ler o que escreves.
Paz e Luz,
Suave brisa