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domingo, 22 de agosto de 2010



Dança da Morte.
J. Norinaldo

Dançarás diante da tua morte, ao som da flauta dionisíaca, insurgindo-te contra tua morte física, que liberta tua alma em fim será, aos olhos do sol e de todos elementos, os brandos ventos varrerão todas as dores, lembrarão das batalhas e das feridas, mostrarão recibos de outras vidas e as feridas como flores sem perfume, enquanto uma lua branca de paz e fala mansa, canta e dança tua volta. Como folhas secas que bailam no outono, sorrirás para o eterno sono quando a morte imortaliza as paixões. E como um velho templo abandonado quando o sol desbota seus vitrais, teus amores já não te pertencerão, quando o teu coração não pulsa mais, quando véus não terão mais importância, a cobrir a beleza agora nua. Lembranças, alegrias e sorrisos, que se dissipam numa nuvem colorida, do pó voltas ao pó, ou para a verdadeira vida. O universo pulsará ainda mais forte, a flauta soará em outra morte e Dionísio jamais será calado, no pulsar ou no cessar como o vento sua flauta é imortal, só as cores do som não serão vistas enquanto existir algum pulsar.

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