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terça-feira, 10 de agosto de 2010



Desigualdade.
J. Norinaldo

Existe o norte e o sul,
Como o vermelho e o azul,
Por linhas bem separados.
De um lado reclama-se do caviar,
Do outro já não tem Sá,
Pra temperá o fejão.

Do lado azul há a fartura a bonança,
E o velório da esperança
Fica do lado de cá.
Cruza a linha o lixo da faixa azul
Dejetos da zona sul,
Para a pobreza catar.

O sol nasce para todos
A sombra pra quem merece,
Pra quem decorou a prece
E tem o dom de falar.
Ao pobre, cabe estender o chapéu,
E espera as migalhas...
Do Big Brother do céu.

Vem a alvorada e nada tem pro café,
Mas se alimenta da fé,
Para ir em busca do pão.
Pão que alimenta a falsa beleza
Único bem que o pobre tem pra vender.
Uma linda menina por ser da linha de cá
Serve de pasto aos de lá...
Sem ter direito a defesa.

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