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domingo, 8 de agosto de 2010


Feliz Dia dos Pais.
J. Norinaldo.
Outro dia, peguei um livro e me dirigi à beira do rio que corta minha cidade, em busca de uma sombra de um velho angico onde costumo ler. Sentei-me comecei minha leitura, logo vi chegar um senhor numa moto acompanhado de um menino aparentando 10 anos que presumi ser seu filho, desceram, pegaram linhas e atiraram na água, parei com a leitura e comecei a pensar: claro que aquele homem não esperava pescar nada ali, na verdade deveria ter chegado em casa, cansado do trabalho e recebera o convite para uma pescaria, e para não decepcionar o filho, e até gozar da sua companhia o teria trazido aquele local. Continuei matutando com meus botões: quantos pais são capazes de tais proezas? Alguns que possuem posses preferem dar dinheiro, carros, motos, viagens, que ter a desagradável companhia de um filho.
De repente, vejo o senhor pegar o seu filho, como se pressentisse um tsunami naquelas águas calmas do rio, saiu apressadamente, com o corpo tapava a visão do menino para a direção em que me encontrava, até tomei um grande susto, será que o homem vira alguma onça? Não fora uma onça que o cidadão acabara de descobrir; ali, bem próximo a uma touceira de bambu, um casal de jovens, lindos, parecendo bem nascidos, pois havia estacionado perto uma caminhonete nova, a moça loira de olhos verdes e o rapaz também loiro, fumavam uma espécie de cachimbo, e se acariciando despudoradamente parecendo querer que vissem,pareciam sentir muito prazer com isto, fiquei ali mais um tempo, até que a garota caiu, parecendo desmaiar, o rapaz simplesmente sentou-se ao seu lado, parecendo está no mundo da lua. Sai dali, e mudei o meu recanto de leitura.
Continuei pensando sobre o caso: estavam ali três filhos e um pai, sim por que com certeza aquele casal também tinha os seus pais. Onde estariam neste momento? E o que teria dito aquele pai que pescava ou fingia pescar para agradar o seu filho por interromper tão bruscamente seu prazer? O que você diria?
Hoje é o dia dos pais, dia de presentes. Gravatas, cachimbos, alguns nada ganharão além de um abraço, outros nem isto. Que tal esquecermos os presentes materiais e darmos aos nossos pais um presente diferente? Motivos para que ele vá conosco mesmo cansado, a beira de um rio, onde não existem peixes apenas para gozar o prazer da nossa companhia?

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