Rei Morto, Rei Posto
J. Norinaldo.
Chegou a hora de se despedir do rei,
Beijar-lhes os pés elogiar seu manto,
A voz tremida de tanta emoção,
O medo surdo que a alma grite;
Já não suporto este fingido pranto,
Atira rosas a quem te negou um pão.
A sombra ereta que nunca se curva,
Reza de pé pra não ficar de joelhos,
E mesmo agora destila o conforto,
Somente os abutres têm outra visão;
O rico manto estraçalham ao vento,
Se não escondem já o rei no chão.
O rei se vai, mas a coroa fica,
E se justifica o tal pranto fingido,
Se todo luxo que vai no seu caixão,
Sem nenhum vassalo a querer segui-lo;
Alguém pudesse transformar em pão,
O fingido pranto não seria em vão.
Chegou a hora de cobrir com terra,
O senhor da guerra, em fim meu senhor,
Ficará tristeza em sua despedida?
Daquele que em vida comandava a morte,
Consorte de um reino,n um trono de ouro...
Mas, por fim se vai sem comandar a vida.
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