Agnes um Sonho Cruel.
J. Norinaldo
Sonhei um sonho tão lindo, que de
tão lindo cruel, estava numa festa tão simples, entre árvores, barriquinhas e
crianças a correr em volta de um jardim. Estava sentados num banco de madeira
compridos uma longa mesa repleta de doces rosa e jasmim, de repente sinto sobre
meus ombros um suave peso, seguido de um perfume que eu conhecia, duas mãos
pequenas e macias carinhosamente me envolviam, olhei para cima e vi uma deusa
vestida de rosa, com um chapéu enfeitado de fitas, um rosto como nunca vi, uma
mulher mais bonita, apenas dobrei o pescoço minha Cabeça tocou os seus braços,
e vi no olhar dos presentes a admiração e tive certeza que aquela era a maior beleza que eles também viam
com toda razão. Não sei que nome ela tinha, vinha com duas irmãs para cada uma
comprei uma maçã do amor, e foi ai que um delas, jovem e uma das mais belas
sorrindo me perguntou: E Agnes não ganha o carinho? Respondi: Para vocês a maçã
eu dou, Agnes fica com meu amor e abraçava e beijava na boca, numa ânsia tão
louca que parece que o mundo ia se acabar. Acordei com frio e o braço dormente,
e a dor de um ferro em quente no peito,
e uma vespa me enterrando o
ferrão sozinho abraçando o nada, o nada ou a solidão. As vezes os sonhos são
lindos, de tão lindos chegam a ser
cruéis; se Vênus pudesse ver a Agnes do
meu sonho, veria que sua beleza não chegava aos seus pés. Guardeis os traças do
seu rosto, para meu desgosto não consigo esquecer, e tenho medo de dormir
novamente, e Agnes me aparecer novamente para me fazer sofrer. Ah! Como queria
ser um poeta para poder contar esta história completa e como a vida gosta de um
viés, permite sonhos tão lindos, que de tão lindos passam a ser cruéis.
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