Soberania do Tempo.
J. Norinaldo.
Se o tempo fosse igual ao vento,
ora brisa ora furacão, como brisa leve levaria muito tempo, mas o tempo não é
igual ao vento que passa direto sabendo a direção. O tempo não faz um
redemoinho, que pare alguns segundos sequer, segue sem olhar para trás, sabemos
que não volta nunca mais e nada podemos fazer. O vento leva as ilusões, leva
paixões até as dores que um dia são esquecidas, o tempo não nos deixa esquecer,
pois quando chegamos ao fim da linha, ao invés de caminhar naturalmente engatinhamos assim como ao nascer. Todo o
tempo que não é aproveitado, não pode ser guardado, como um tesouro a ser
usado, por algum rei ou algum senhor; por mais rico e prepotente, o tempo o
corroerá como a corrente, que prende
mais reles malfeitor. O vento pode adiantar os ponteiros, pode até destruir os
relógios inteiros, nada mudará por um momento, no final o próprio vento será
destruído pelo tempo. O tempo não está preso numa caixa que mexe um ponteiro e
o libera, o tempo é soberano e é tirano, jamais por alguém o tempo espera.
Deixo aqui meu desagravo, quando tiver
tempo de abraçar alguém abrace, não espere, não seja do tempo escravo.
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