Translate

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Rito da Cruz.
J. Norinaldo.

Sobre a água não ficam pegadas,
Palavras faladas o vento carrega,
Escritos antigos de seres humanos,
Que fazem gritar exércitos de insanos,
Mantendo de pé o rito da cruz.

Sermões se perderam além da montanha,
Como flechas de gelo atiradas a esmo,
Como o canto do corvo diante da morte;
E o vinho servido na mesa do nobre,
Embriaga o pobre na roda da sorte.

Os punhos cerrados gritando em louvor,
Palavras de ordem que alguém ensinou,
Pela roda cunhada com a face do rei,
No alto da nave a palavra é vendida,
Como mercadoria de muito valor.

Se foi o sermão, mas ficou a montanha,
Como se vão os dedos e ficam os anéis,
Ruínas que mostram que tudo é finito,
E que a cruz foi nosso erro maior...
Quem O crucificou não ouviu nenhum grito.

Sem comentários: