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quinta-feira, 25 de novembro de 2010



Tua Ausencia.
J. Norinaldo.


Assim como o arado rasga a terra,
Tua ausência dilacera minha alma,
Da terra brotam a vida e as flores,
Em mim restam as chagas e as dores,
Enquanto a chuva molha a terra com ternura...
Minhas lágrimas regam canteiros de amargura.

Minha alma é uma colcha de retalhos,
Minha vida o jardim dos desmazelos,
Nos meus sonhos, delírios, devaneios,
Quando beijo os teus lábios os teus seios;
Desperto e mergulho em pesadelos,
Tendo sempre ao meu lado o vazio.

Lá fora o vento canta uma triste canção,
E a chuva chora na vidraça do meu quarto,
Fecho os olhos e até sinto teu perfume,
Esqueço o mofo que envolve o meu ser,
Penso na morte e até sinto ciúme...
De quem se foi e eu fiquei não sei por que.

Ah! E lá se vai o arado seguindo o boi,
Deixando atrás o rastro fundo que trás vida,
Ouço sempre a canção que canta o vento,
Triste seresta que entristece meus caminhos,
Nem a beleza da primavera me fascina...
O meu jardim é um canteiro de espinhos.

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