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quinta-feira, 7 de abril de 2011



Vale a Pena Refletir.

J. Norinaldo.

Certa vez interagi num programa da TV Puc de são Paulo, não lembro agora o nome do apresentador. Perguntei ao Rabino Henry Sobel e ao Dr. Draúzio Varela o seguinte: Uma pessoa boa, pode se transformar numa pessoa má, por preconceitos sofridos durante muito tempo? Exemplo: um menino ou uma menina feia fisicamente, que ganha dos colegas apelidos horríveis, e que toda hora lembram a essa criança o quanto ela é feia? Não lembro exatamente o que me responderam, mas lembro na época que as respostas não me convenceram. Não por que eu tenha pesquisado esse tipo de comportamento, e que, portanto tenha um amplo conhecimento antropológico. Não, domino o assunto por que sou vitima dele e há muito tempo. Consegui de certa maneira contemporizá-lo com astúcia, de maneira total nunca; até hoje me sinto mal, muito mal, quando vejo alguém rindo ou fazendo piada da minha aparência, que reconheço nada tem de bela. Conta uma lenda que um Sheik teve um sonho em que perdia todos os dentes, no dia seguinte mandou que trouxessem um sábio para decifrar o seu sonho. Este chegou e após ouvir o relato do tal Sheik disse: Todos seus parentes O senhor assistirá ao enterro de todos seus parentes. O Sheik mandou que lhe dessem 100 chibatadas e o mandassem embora. Mandou que trouxessem outro sábio. Este ouviu o sonho e disse: O senhor será o último dos seus parentes a morrer. O Sheik mandou que lhe dessem 100 moedas de ouro. Quando se despedia um vassalo disse ao sábio: interessante, o outro disse a mesma coisa e levou 100 chibatadas. O sábio então lhe disse. O importante é a maneira como se diz. Por que será que o psicopata que causou essa terrível tragédia no Colégio de Realengo no Rio de Janeiro, disse ao menino gordinho: “Fica tranqüilo gordinho, não vou fazer nada com você”? E porque entre suas vitimas o numero maior é de meninas? Ouvi de um colega que cresceu com ele, numa reportagem da TV Bandeirante, que dizia que ele havia sofrido muitas humilhações. O caso do menino gordinho, como ele mesmo se referiu, não seria por solidariedade, por que aquele menino também poderia ser uma vitima do preconceito dos colegas? Você já conversou com seus filhos sobre o relacionamento deles com coleguinhas considerados esquisitos ou diferentes? Ou acha que as brincadeiras que eles junto com coleguinhas bonitos fazem é um direito e totalmente inocente? Já parou para pensar que muitos desses diferentes cometeram suicídio por causa dessas inocências? Ou alguém que chega a um ponto de pensar que a vida não vale a pena dessa maneira, mas que antes de partir, levará muitos ou os que puder levar consigo? Acredito que vale a pena fazer palestras com crianças nas escolas sobre o assunto, se não se evitar todas tragédias futuras, mas evitando apenas uma o ganho já é imenso. Não quero que mudem ao meu respeito, já estou velho demais para reivindicar este tipo de comportamento com minha pessoa, até por que já não dependo mais de aparência para nada, e sim do que posso fazer e mostrar que sei fazer; mas para crianças que talvez sem intenção se tornam verdadeiros monstros, para aquelas que chamam bicho feio, ou mesmo monstrengo. Nada justifica tal monstruosidade, contra crianças inocentes e indefesas, ou contra quem quer que seja, mas acredito que valha a pena refletir.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Amigo! Parabéns pelo comentário - por coincidência, eu conheço essa do sábio e o rei, muito oportuno seu comentário. "Vale a Pena Refletir", e como vale. Você conhece bem o tema, como disse, só que seu conhecimento advem do chicote da vida, a psicologia ficou longe da sua época e da sua realidade tenho certeza. Lembro-me do apelido quando juntos militamos no 3ºBtl, ali você já tinha estrutura para "comtemporizá-lo com astúcia". Não me passou em branco as palavras do assassino ditas ao gordinho durante o massacre, conforme relatos na TV, tem um significado importantíssimo. Norinaldo, tive toda atenção e respeito ao seu comentário(depoimento), é de toda valia, oxalá muitos leiam. Você é um vencedor. Abraço, amigo.