
Louco Poema.
J. Norinaldo.
Castelos de areia não abrigam tiranos,
Bonecas de panos não conhecem a maldade,
A neve se derrete e se transforma em lama,
Das bonecas de pano só resta a saudade;
E os castelos de areia que a inocência reclama...
Num velho poema que um louco declama.
Se a antiga flecha hoje é bem mais veloz,
Calando a voz de quem justiça clama,
Que o menino retorne ao castelo de areia,
Sem trono ou salões a vontade tirana,
Que será destruído pela maré cheia,
Enquanto este poema um louco declama.
Se há laivo de sangue no manto tirano,
Servira de retalho a boneca de pano,
Que com olhos pintados mantém acesa a chama
Que o amor tenha sempre o céu como teto...
E o castelo de areia do menino arquiteto,
Seja o predileto poema que um louco declama.
O mar não sovina a areia ao castelo,
Porém, por ser belo a maré não o desvia,
E o menino arquiteto não chora ou reclama;
Não conhece a blasfêmia ou a heresia,
Constrói novamente seu castelo de areia...
Como eu doido construo, esse louco poema.
1 comentário:
O amor é infinito... Que assim seja. A candura "do menino arquiteto," respalda o eterno renovar. Continua a declamar seu doido poema. Abraço, amigo.
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