
Triste Bailado.
J. Norinaldo.
Danço a passos trôpegos de um bêbado,
Ao som dos guizos de uma cascavel,
Tendo como único teto o relento,
Como prova de que vivo o pensamento...
E a doçura de uma taça de fel.
Num bailado de espectros errantes,
Como as sombras da caverna de Platão,
E a peçonha da víbora maestrina,
E no passo da balé que a vida ensina,
A ver o monturo por tapete do salão.
E os guizos da serpente desafinam,
Enquanto a taça de veneno se derrama,
Apagando a fogueira da caverna;
No olhar da serpente a chama eterna...
A sombra brilha mais do que a chama.
E no bailado de espectros errantes,
Na caverna ou no salão do castelo,
Não importa se a taça é de cristal;
A sombra não difere na parede...
De um archote ou de um lindo castiçal.
1 comentário:
AMEI TEU BLOG ZÉ VC É UM POETA INCRIVEL! ADORO VC! BEIJOS
HELENA LINS
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