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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013




Outra Vez a Chuva.
J. Norinaldo.


Outra vez a chuva, o pranto da terra sobre nós, o trovão é sua voz mas eu não entendo o que diz, se chora por que é muito feliz ou sofre de abandono como eu, e só sabe quem sofre ou já sofreu, como é triste chorar e chorar tanto, até que chuva vire o pranto quando não se torna tempestade, que transborda o mar da infelicidade permanente, que Évora e vira chuva novamente. Ah! Outra vez a terra úmida, como os olhos da deusa do meu pranto, que por felicidade chora tanto que não deixa faltar chuva para as flores, que enfeitam enterros e andores, as guirlandas deixam felizes amores que dançam na chuva, no entanto, sem saber se o motivo desse pranto é felicidade ou dores. Outra vez a chuva na janela, os pingos escorrendo na vidraça, como lágrimas que escorrem nalgum rosto, por amor ou pela dor que dá e passa. Sei que a chuva vem das nuvens como o vinho vem da uva, eu só sei que amo a chuva, mesmo sem entender esse amor, não me interessa saber, se são lágrimas de alegria ou de dor.

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