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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014



Então é Natal.
J. Norinaldo.


Sobram dores faltam flores que o  ódio  faz murchar, e em vez de sapatilhas só coturnos a marchar. Sobra fome e falta pão, sobra incerteza e falta fé, e as batidas dos coturnos, ao invés das sapatilhas do balé; faltam cisnes e sobram abutres, falta perfume e sobram fedores, ninguém lembra que o monturo pode adubar as flores. As flores feitas a mão que não murcham e nem tem cheiro, são trocadas por dinheiro e enfeita tumbas e altares, e o que se chamavam lares, onde viviam famílias antes antigos pilares que sustentavam a Nação, hoje existem velhos de plantão como gaviões noturnos, temendo o som dos coturnos venham lhe bater a porta, trazendo uma filha morta ou uma notícia horrenda, quando to telefone toca é como se o chão tremesse e começasse a contenda, entre o bem e o mal, entre o ódio e o amor entre a vida e a morte; e quando a porta se abre e o filho está de volta é a maior oferenda. Por isto neste Natal quero contar um segredo, pretendo dormir mais cedo para ter um sonho lindo, se for assim como espero, confesso que quero seguir o resto da vida dormindo. Todo dia um beija flor vem até minha janela e numa reverencia bela corteja uma linda rosa, que colho no meu jardim, corteja beija e se vai e eu agradeço ao Pai pela beleza da vida que é uma só, de onde esta flor foi colhida vem um perfume profundo; mas que lamentavelmente só dá para perfumar o mundo, que existe ao meu redor. Ah! Essa minha janela, quantas vezes falei dela em alguma poesia, da chuva em forma de lágrimas que serpenteiam na vidraça, e depois que a chuva passa, a janela posso abrir e num gesto de amor, oferecer ao colibri a sua adorada flor. Tocam os Sinos é Natal e as famílias reunida, se abraçam e trocam presentes, não incenso, mirra e ouro, como foi na manjedoura; um dia, uma vez no ano, aquele Menino é lembrado, mesmo onde sobra fome e falta fé, sobram dores e faltam flores e sapatilhas de balé; em fim o bem vence o mal e novamente é Natal..
FELIZ NATAL A TODOS.

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